Trabalho de tradução intersemiótica, orientado pela professora Fabiana Tavares, durante o curso da disciplina “Aquisição da Língua (Linguagem)”.
Prezado Editor:
Considerando a experiência intersemiótica vivenciada na disciplina Aquisição de Língua (linguagem), ministrada pela professora Fabiana Tavares, em 2011, no curso de Pós-graduação em Linguística Aplicada ao Ensino de Línguas, nas Faculdades Integradas da Vitória de Santo Antão (FAINTVISA), gostaríamos de socializar nossa primeira experiência em tradução visual. O presente trabalho foi apresentado na modalidade de pôster na 3ª amostra de áudio-descrição organizada pelo Centro de Estudos Inclusivos (UFPE), em 2011.
A realização deste trabalho despertou o desejo de buscar novos meios de analisar/utilizar a linguagem, sobre uma ótica diferente do que estamos acostumados, ou seja, a linguagem aqui está sendo empregada como caminho promotor da inclusão.
Notas Proêmias
Mafalda, personagem construída pelo cartunista argentino Quino, entre 1964 e 1973, é uma menina preocupada com a Humanidade e a paz mundial. A garota, nas diversas histórias, sempre se rebela contra o estado atual do mundo; razão pela qual ela usufrui de uma altíssima popularidade na América Latina e Europa. Mafalda foi, muitas vezes, comparada ao personagem Charlie Brown, de Charles Schulz, principalmente, por Umberto Eco[1].
Áudio-descrição
Q1 – Mafalda é baixinha e branca. Apresenta cabelos pretos longos até a altura dos ombros, com franja e um laço vermelho sobre o topo da cabeça. A menina possui rosto arredondado, olhos grandes, cuja esclera branca é grande com um ponto preto no centro, a íris. Mafalda tem nariz pequeno e arredondado. Ela usa um maiô vermelho, com bolinhas pretas e saia curtinha de onde partem duas alças largas, deixando a mostra a barriga gordinha e o umbigo dela. A menina está em pé com os braços cruzados para trás e um sorriso arqueado para cima. Ela está em uma praia, cuja areia é amarelada e o mar azul escuro com ondas brandas. Por trás da menina, vêem-se, parcialmente, construções retangulares de madeira que lembram antigos trocadores. A marola toca as pernas de Mafalda, na altura dos joelhos. O céu está azul-claro. Ao fundo um pássaro e uma nuvem.
Mafalda fala (Como o mar é lindo!)
Q2 – Mafalda olha o mar. Ela está com os braços cruzados para trás. A boca arqueada para baixo. A marola recua e descobre os pés da menina.
Mafalda pensa (Está indo embora!)
Q3 – A garota descruza os braços e deixa-os soltos lateralmente ao quadril, corpo ligeiramente inclinado para frente, boca totalmente aberta. Sob os pés da menina, uma pequena poça de água.
Mafalda ordena em voz alta (Ei, volte!)
Q4 – A onda volta bruscamente, dando-lhe um caldo que lhe cobre todo o corpo de forma violenta, derrubando-lhe e lhe deixando apenas com a planta dos pés a mostra. Gotas de variados tamanhos formam-se no choque da onda com a areia.
Ruído de Mafalda caindo (SCHLAFF!)
Q5 – A menina está sentada sobre a marola. Mafalda, completamente encharcada, está com o laço desfeito. Gotas escorrem do corpo dela.
Mafalda, com os olhos semiabertos, observa o chão; abre ligeiramente a boca, arqueando-a para baixo. As pernas da menina estão levemente afastadas e os pés, pequenos e gordinhos, ligeiramente virados para os lados.
Mafalda fala (Que saco essa obediência!)
Nota de rodapé
[1] ECO, Umberto. Mafalda ou a Recusa. In: Toda Mafalda. 7. ed. São Paulo: Editora Martins Fontes, 2003.
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